sexta-feira, 20 de junho de 2008

Antidepressivos e Ansiolíticos: amigos ou inimigos


“Nunca pense preciso de tomar um remédio! Pense antes que bom haver um remédio para melhorar a minha vida”.





É usual falar-se na dependência do tabaco, do álcool e das drogas , mas a dependência de certos medicamentos já começa a ser encarada como um problema grave e muito sério na sociedade.
Os antidepressivos e os ansiolíticos, embora muitas vezes receitados para sintomas comuns e de resolução simples, tornaram-se na única solução para a chamada “doença da moda” – o stress.

Os antidepressivos e os ansiolíticos… O que são? Para que servem?

A acção dos antidepressivos decorre no Sistema Nervoso Central, normalizando o estado de humor. Estes fármacos são utilizados para o tratamento da depressão (perturbação do humor), do pânico (caracterizado pelo desenvolvimento de ataques inesperados) e da fobia social (medo persistente e acentuado de situações sociais). Os antidepressivos podem levar à incapacidade de conduzir, ao risco de hipertensão arterial e a reacções paradoxais mais evidentes em idosos e crianças.
Receitados, usualmente, em simultâneo com os antidepressivos, os ansiolíticos são usados no combate da ansiedade patológica, visando tranquilizar o doente. Estes medicamentos tentam minimizar os sintomas de stress. São um perigo quando administrados incorrectamente. O uso de ansiolíticos pode provocar algumas reacções adversas, tais como sonolência, vómitos, dependência e vertigens.

Estudo da Revista “Farmácia Saúde”

Segundo a revista Farmácia Saúde, os portugueses “consomem mais antidepressivos”. Em 2001, venderam-se perto de 4 milhões de embalagens, mais do dobro do que se consumiu uma década antes (1,8 milhões em 1992). E vendem-se igualmente mais ansiolíticos, hipnóticos e sedativos, bem como neurolépticos.”
A Organização Mundial de Saúde (2001) prevê que a depressão se torne a maior causa de morbilidade nas primeiras duas décadas deste século.



NOTA: Segundo uma noticia do ”Jornal de Noticias”, o consumo de ansiolíticos e antidepressivos aumentou entre 2000 e 2004, mas houve uma quebra na venda de antidepressivos por causa dos efeitos nocivos deste medicamento.

Opinião de profissionais da saúde…

Na opinião de Maria Teresa Oliveira, farmacêutica, com o passar dos anos tem existido um aumento do consumo de antidepressivos e dos ansiolíticos, pois estamos numa sociedade que vive em stress, logo as pessoas ficam dependentes deste tipo de fármacos.

Ansioliticos.wav -

Maria Teresa Oliveira

Relativamente à dependência destes dois tipos de fármacos, ao contrário do que por norma se lê e citando Isabel Paiva, sub-chefe de Enfermagem, CPRArnes, “o uso prolongado pode causar dependência e síndrome de abstinência quando a medicação é interrompida”. Ainda na opinião desta profissional da área da saúde “a confiança no médico depende do próprio médico e da relação que o utente estabelece com ele.”

Outros profissionais de saúde são da opinião que, actualmente, este tipo de psicofármacos são administrados em doses excessivas e, em alguns casos, desnecessárias podendo ser substituídos pelas Psicoterapias.
É frequente observar-se, principalmente nos serviços de Psiquiatria, a presença de doentes completamente sedados, ao ponto de não conseguirem satisfazer as suas necessidades básicas como higiene e alimentação de forma autónoma, o que não se verificava antes do processo de tratamento.

Como conclusão…

Se puder fazer uma analogia, a utilização dos psicofármacos deve funcionar como que o corrimão de uma escada, onde a pessoa se apoia para ter equilíbrio suficiente para subir uma escada muito alta. Logo que adquira a ritmo de subida, pode deixar o corrimão e continuar a subir sozinha. Este corrimão apenas dá sustentação, mas o esforço principal deve ser do doente. Neste processo a motivação e auto-estima são aspectos cruciais.

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